
Uma policial penal, com identidade preservada, registrou um boletim de ocorrência acusando 4 coordenadores do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) de tortura. De acordo com a sua versão, os atos de violência teriam ocorrido durante o Curso de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário (CIRRC-MT), Penitenciária Central do Estado (PCE). Ao ser comunicada, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), anunciou que suspendeu as atividades do curso e irá instaurar um Procedimento Administrativo (PAD) para apurar a denúncia.
Bate o sino e sai do curso, seu lugar não é aqui. Vai lavar vasilha, conta a profissional”
Narra policial em BO sobre pressão para deixar o curso
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil, o qual a reportagem teve acesso, ela teria sido alvo das torturas e obrigada a sair das aulas por ter denunciado um colega de profissão de importunação sexual nas dependências da PCE, no final de 2022. A denúncia de tortura foi registrada na sexta-feira (3).
Conforme os relatos da policial, os supostos episódios de torturam teriam ocorrido diversas vezes, quando ela foi trocar de roupa em uma barraca. Ela conta que fecharam o local e lançaram "anilhas de gás lacrimogêneo". Ao tentar sair para respirar diziam: "Bate o sino e sai do curso, seu lugar não é aqui. Vai lavar vasilha", conta a profissional.
Ainda segundo a versão apresentada à Polícia, os quatro coordenadores teriam tentado a fazer desistir das etapas do curso, a todo momento, com spray de pimenta e até mesmo mirando fuzis contra seus braços.
No momento das refeições, ainda segundo o BO, teriam servido comida azeda aos alunos, ou até mesmo jogado alimentos no chão e obrigado os participantes do curso a comer.
Ela ainda revelou que não desistiu, porém ao ser transportada em uma viatura pela alojamento, preferiu pular do veículo em movimento para fugir do curso, com medo de sofrer novas agressões.
A suspeita é que as agressões seriam fruto de boletim em que a mesma policial penal denunciou um caso de importunação sexualmente nas dependências da Penitenciária Central do Estado (PCE).
Apuração
A Sesp também informou que a Polícia Judiciária Civil já abriu inquérito para investigar o ocorrido, sendo que até o momento duas pessoas já foram interrogadas.
Veja a nota na íntegra
A Secretaria de Estado Segurança Pública (Sesp) esclarece que já determinou a imediata suspensão do curso do Grupo de Intervenção Rápida em Recinto Carcerário da Polícia Penal e que irá instaurar procedimento administrativo para apurar a denúncia.
Além disso, a Polícia Judiciária Civil já abriu inquérito para investigar o ocorrido, sendo que até o momento duas pessoas já foram interrogadas.
O Governo de Mato Grosso reforça que não coaduna com nenhum tipo de abuso de autoridade ou assédio de qualquer natureza.