
Em depoimento para polícia, o preso Richard Aguiar, segundo preso suspeito de matar o assessor parlamentar Wanderley Leandro Nascimento, de 36 anos, em Cuiabá, informou que a vítima matinha um casamento de fachada, pois tinha relações sexuais com ele há quatro anos.
Segundo depoimento prestado à Polícia Civil, Richard revelou que conheceu Wanderley pela Internet há quatro anos e, desde então, mantinham relações sexuais. Além disso, ele informou que a vítima realizava pagamentos periódicos a ele, no valor de R$ 4 mil por mês, pois era “o boy preferido” de Wanderley e, por isso, gostava de ajudar fincaneiramento o jovem. Ao ser questionado sobre a vítima ser casada, o suspeito reforçou que era só fachada e que o assessor gostava de realizar "surubas" com jovens.
Em um episódio narrado por Richard, ele flagrou Wanderley assediando o seu irmão mais novo. Disse que, ao ver a situação, brigou com ele e falou para nunca mais fazer aquilo. O irmão do suspeito teria dito que a vítima ofereceu R$ 100 para ficar com o garoto.
Em seguida, ele informou que conheceu Murilo, o primeiro suspeito a ser preso, no dia 13 de fevereiro e que ele "era muito louco". Na noite em que eles se conheceram, ele teve a ideia de pichar um outdoor da segurança pública no bairro Tijucal.
Na última quarta-feira (15), durante uma festinha entre os dois acusados e a vítima, Murilo teria tido a ideia de matar Wanderley para vingar o que ele teria feito contra o irmão de Richard. Também sugeriu que, após o crime, eles roubariam tudo, celular, carro, tv e dinheiro da vítima. O interrogado disse ter alertado de que isso “daria ruim”, já que ele era muito conhecido e que o veículo possuía rastreador. Mas Murilo insistiu no plano e disse que iria executá-lo.
Na madruga de sábado, Richard disse que foi até a parte externa da casa para fumar e, quando retornou, viu Murilo deitado ao lado de Wanderley, depois de ele ter enforcado a vítima. Em seguida, o criminoso pediu para que Richard pegasse o fio do telefone e passasse em volta do pescoço de Wanderley, mas ele alegou que não conseguiu e só entregou o fio para o comparsa. Depois disso, Murilo ainda pegou uma toalha que estava molhada de líquido alcoólico e jogou em cima do rosto da vítima e apertou. Richard disse que ficou desesperado e pediu para que ele parasse, pois Wanderley já estava morto.
Após o crime, eles pediram ajuda de um homem identificado como “Anão” para colocar a vítima no banco de trás do veículo e partiram para o local onde desovaram o corpo. Após a desova, Murilo deixou Richard na casa da namorada. Por volta das 12h, Murilo foi novamente ao encontro de Richard e pediu R$ 100 para colocar combustível no veículo, pois ele iria para o município de Sorriso. O casal já havia planejado ir para Lucas do Rio Verde, para apresentar o filho recém-nascido para avó. Então, todos partiram rumo ao norte do Estado.
Richard e a namorada ficaram hospedados em um hotel durante o fim de semana e, na segunda, foram para casa de uma tia. Ele ainda disse que, no sábado, recebeu uma ligação de alguém desconhecido ordenando-o a voltar para Cuiabá, e que se ele não voltasse, iria quebrar as pernas de sua mulher. Na ligação, a pessoa ordenava que dissesse onde o corpo estava e se entregasse para polícia.
Richard disse, no depoimento, que iria acatar a ordem desconhecida, mas foi preso no trajeto de volta.
ATUALIZADA ÀS 12:00HS - 22/02/2023
O assessor parlamentar Wanderley Leandro Nascimento mantinha três imóveis para se encontrar amorosamente com homens, segundo depoimento prestado pelo irmão dele à polícia. Conforme a declaração, Wanderley “namorava” Richard Estaques Aguiar, um dos assassinos dele, há sete anos.
De acordo com o irmão da vítima, Wanderley era convivente de uma mulher há cinco anos e chegou a assumir quatro filhos dela. No entanto, paralelamente, ele mantinha encontros com homens. Um dos endereços utilizados pela vítima ficava no bairro São João Del Rey, onde o assessor parlamentar foi morto asfixiado.
Richard cometeu o crime com o irmão, Murilo Henrique Araújo. Depois a dupla roubou pertences da vítima, dentre eletrônicos e um carro que os dois já haviam tentado roubar em outra oportunidade. À época, Wanderley chegou a prestar queixa contra o namorado, mas mudou a versão depois dizendo que tinha emprestado o veículo.
Depois de matarem o assessor do deputado estadual Wilson Santos (PSD), os suspeitos deixaram o corpo na região do Cinturão Verde, no Pedra 90 e fugiram para a região norte do Estado.
Nesta terça-feira (21), a juíza plantonista Maria Cristina de Oliveira Simões decretou a prisão preventiva de Murilo. Ele apareceu em vídeo amplamente divulgado confessando o assassinato e indicando onde o corpo estava.