ois servidores do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) teriam participado do esquema desmantelado pela Polícia Federal na Operação Et Caterva, deflagrada na manhã desta quarta (31). De acordo com a PF, eles teriam fraudado o aplicativo E-Título e usado de seu prestígio como servidores para colaborar com o desvio de recursos do auxílio emergencial, destinado a pessoas em dificuldade financeira na pandemia de Covid-19, e de precatórios.

O juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara da Justiça Federal em Cuiabá, determinou bloqueio de valores das contas dos investigados. Também determinou quatro prisões preventivas, oito prisões temporárias, sendo uma prisão temporária em Cuiabá, de um gerente da Caixa Econômica. Os servidores da Justiça Eleitoral foram alvos de busca e apreensão.

Foi determinado o afastamento das funções públicas dos dois servidores do TRE-MT e de outros sete funcionário da Caixa.

Pelo menos um dos servidores do TRE-MT, que mora em Chapada dos Guimarães, teria ajudado o grupo criminoso a lavar recursos desviados. A lavagem era feita em contas de pessoas físicas e jurídicas

A organização criminosa é especializada em desvios de precatórios, que são valores devidos pela União e que são pagos por meio da Caixa Econômica Federal. A PF afirma que há envolvimento de diversos funcionários da Caixa, incluindo gerentes de agências. Eles passaram a desviar recursos do auxílio emergencial depois que a Caixa suspendeu o pagamento de precatórios durante a pandemia.

A liderança do grupo é de Goiânia, com núcleos regionais. Em Mato Grosso, a PF identificou a participação de 14 pessoas, sendo um advogado, os dois servidores do TRE-MT e outras 11 com identificação não divulgada.

PF

Dinheiro apreendido pela PF em Goiás durante a operação contra fraudes em precatórios e no auxílio emergencial
A Polícia Federal apreendeu R$ 849 mil em espécie com o líder da quadrilha em Goiânia

São dois servidores do TRE. Os dois lavavam dinheiro, os valores sacados passavam pelas contas deles para depois pulverizar em outras contas até chegar na liderança, e na confecção e emissão do E-Título, que é um documento que existe no TRE, as fotos dos estelionatários que se dirigiam à agência da Caixa para sacar o precatório foi incluída no E-Título dos beneficiários do precatório”, explicou a delegada Karolina Araújo, que trabalhou diretamente no caso.

De acordo com Araújo, um dos servidores do TRE-MT acompanhava os estelionatários pessoal até a agência da Caixa. Ele se identificava como servidor e aproveitava desse prestígio como trabalhador da Justiça Eleitoral para apresentar os outros criminosos como parentes ou amigos. O advogado que mora em Cuiabá atuava com procuração falsa para levantar os precatórios

Durante a deflagração da operação, R$ 849 mil em espécie foram apreendidos pelos policiais. De acordo com os delegados da PF, as lideranças do grupo ostentavam parte do valor obtido no esquema.