Professores do Instituto de Física da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) emitiram uma carta aberta contra a decisão da Reitoria em destituir, de forma sumária, a Diretoria eleita em processo eleitoral. Eles alegam que a intervenção não respeitou os prazos recursais e legislações vigentes, além de não garantir ampla defesa diante de uma eleição regular.
A carta aberta é assinada por 15 professores-doutores do grupo “Física se escreve com F maiúsculo, Força e Firmeza, também!”. O documento é dirigido à comunidade universitária.
O processo eleitoral do Instituto de Física foi regulado pelo edital nº 1/IF/2024. Os professores que assinam o documento alegam que o processo eleitoral foi realizado de forma legítima, não tendo sido questionado em nenhum momento.
Os professores ressaltam ainda que, diante de uma falha da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) da UFMT que excluiu indevidamente estudantes com matrículas vigentes e aptos a votar, a Comissão Eleitoral decidiu assegurar o voto com base no princípio da razoabilidade, o que foi feito inclusive após manifestação discente.
Portanto, causa especial perplexidade o comportamento contraditório daqueles que, ao longo do processo, defenderam ativamente a inclusão de discentes indevidamente excluídos, mas que, ao final, utilizaram essa mesma inclusão — por eles solicitada — como fundamento para alegar a nulidade do processo”, afirma trecho da carta aberta.
Os professores afirmam ainda que a manobra, além de incoerente com os princípios democráticos que deveriam nortear a representação estudantil, fere a lógica institucional e fragiliza o valor do próprio direito de voto que alegam proteger.
“Cabe lembrar que o edital foi aprovado, publicado e permaneceu incólume durante todo o processo eleitoral, sem que qualquer impugnação prévia tenha sido apresentada pelos requerentes (...) Pelo contrário, os requerentes manifestaram apoio às ações da Comissão e , somente após a proclamação do resultado, e diante de um desfecho eleitoral desfavorável, optaram por questionar, junto ao CONSUNI, as normas às quais haviam previamente aderido, o que é vedado pelos princípios da boa-fé e da lealdade processual”, completa o documento.
A carta aberta é assinada pelos professores-doutores Romildo Jerônimo Ramos, Paulo Henrique Lana Martins, Marcelo Amorim Marchiori, Eralci Moreira Therézio, Carlos Manuel Sánchez Tasayco, Edson Ferreira Chagas, Alesandro Ferreira dos Santos, Erika Nascimento Lima, Maurício Godoy, Teldo Anderson da Silva Pereira, Harold Blas, Mauro Miguel Costa, Sabrina Silva Carara, Érica de Mello Silva e André Correia Riserio do Bonfim.
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