
O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), Allan Kardec (PSB), um dos coordenadores da campanha do pré-candidato Eduardo Botelho (União), afirmou que, durante os estudos sobre a situação das contas da Prefeitura de Cuiabá, ficou constatado que o contexto é muito pior do que se imaginava. Segundo ele, a dívida pode chegar a quase R$ 2 bilhões.
"A situação é muito pior do que a gente esperava. Nós esperamos R$ 1,8 bilhão e a gente acha que vai chegar a quase R$ 2 bilhões, aí tem a ineficiência da arrecadação. A gente não tá falando nem na questão de aumentar impostos. […] É um desafio, não vai ser fácil, só que a gente tem certeza que, com o apoio do governo de Estado, com as bancadas estadual e federal, a gente vai ter condição de recuperar Cuiabá, e Cuiabá voltar a ser a grande cidade que ela já foi”, revelou Kardec.
Kardec também falou em “enxugar” a máquina, mas esclareceu que não significa necessariamente demitir pessoas em massa para estancar os rombos das contas da Prefeitura de Cuiabá.
“[Queremos] contratar melhor, não necessariamente demitir, até porque a gente defende o servidor público, a gente defende o sério trabalho, mas nós vamos estar olhando efetivamente quando os assessores estão trabalhando o que eles estão entregando para a sociedade”, explicou.
Outro problema apontado pelo secretário é a contratação ineficiente de trabalhadores terceirizados para o município, mas não da maneira correta, na avaliação dele.
"É que os serviços públicos estão sendo terceirizados e mal terceirizados. Aqueles serviços que foram terceirizados, eles precisam ser bem terceirizados. Então, já superamos essa discussão. Teremos novas licitações para as concessões e melhorar a qualidade dos serviços prestados, esse é um ponto”, concluiu.
Contas reprovadas
As contas de 2022 da gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) receberam um parecer negativo do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT) no final de 2023.
O conselheiro Antônio Joaquim foi o relator dos balancetes municipais e recomendou a sua reprovação, apontando ainda um rombo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão nas contas do município. A maioria dos conselheiros da Corte seguiu o seu voto, com exceção de Valter Albano.
Porém, antes de ser analisada pela Câmara de Cuiabá, o prefeito Emanuel Pinheiro ingressou com um recurso no Tribunal de Contas e requereu a revisão do parecer da Corte. O pedido foi acatado por Albano, justamente o único que se posicionou pela reprovação das contas do emedebista. O conselheiro é o relator do recurso que passará por uma votação colegiada e, posteriormente, encaminhado à Casa de Leis.