O líder religioso, Luiz Antônio Rodrigo da Silva, de 49 anos, que é suspeito de abusar sexualmente de 7 mulheres, em Cuiabá, negou que tenha se relacionado com as vítimas sem consentimento e diz que elas queriam ter relações com ele “a todo custo”. O religioso concedeu entrevista exclusiva ao Primeira Página neste sábado (9).
O religioso da Umbanda, que é servidor público da Câmara de Santo Antônio de Leverger, contou que tem um acervo probatório que será adicionado ao processo em que comprovaria que ele não cometeu os abusos.
Essas meninas queriam ter um envolvimento comigo. Queriam ter uma relação comigo. Tanto é que tem uma que ela queria falar comigo a todo custo, mas o marido dela não deixava”. “Me forçou a tal ponto que de a gente ter que se encontrar dentro de um estacionamento de um supermercado [para ter relações]”.
Conforme a Polícia Civil, o suspeito utilizava o Tik Tok para atrair as vítimas para uma ‘tenda religiosa’, onde prometia amparo sexual. Questionado sobre isso, ele também negou os casos. “Nunca houve entidade que passasse a mão. Nunca houve entidade que usasse o corpo da pessoa. Muito pelo contrário, o trabalho que fazemos aqui é um trabalho sério”, disse.
Sobre a acusação de estupro, o religioso alega que a relação foi consensual. “Há um coluio de prejudicar a casa e macular meu nome”, apontou. Segundo Luiz, que também é advogado, ele acredita que as vítimas possam estar combinando as versões para depoimento.
Essas pessoas chegaram para mim machucadas. Todas elas. Uma em via de suicídio, uma não tinha lugar para morar. E aqui elas foram tratadas. Elas estiveram comigo por 3, 4, 5, 6 e 7 anos. Muitas estiveram por 4 anos. Estranho, né? Por que agora veio isso? Em que momento ela foi atendida anteriormente e não denunciou?”, questiona.
“O que é há na verdade é uma alcateia de lobos tentando transformar tudo isso em um circo”, frisou. “Por que que ocorreu isso? Porque eu comecei a fazer um limpa na casa. E fui retirando as pessoas. E você sabe que quando você retirar as pessoas e elas não querem sair, elas começam a criar esse tipo de situação”, justificou.
Entenda o caso
O caso envolve acusações de abuso sexual contra Luiz Antônio, que supostamente utilizava sua presença no TikTok para atrair vítimas para uma tenda religiosa.
As vítimas, incluindo uma adolescente, relataram que, durante sessões espirituais a sós com o guia, ele teria abusado delas, alegando que os atos eram cometidos por um ‘espírito encarnado’.
Uma das vítimas, que optou por não se identificar, relatou que começou a frequentar o terreiro em maio de 2022 e, em dezembro do mesmo ano, se mudou para o interior de Mato Grosso, passando a ir ao local uma vez por mês.
Segundo a delegada Judá Marcondes, titular da DEDM (Delegacia Especializada de Defesa da Mulher) da capital, o suspeito promovia seu trabalho como líder religioso na plataforma de vídeos e, em seguida, marcava encontros com as vítimas em um local onde afirmava manifestar sua religiosidade.
Luiz chegou a ser preso, mas foi liberado pela Justiça. As investigações continuam.
