
Na mira da Comissão de Ética e decoro Parlamentar da Câmara de Cuiabá, Edna Sampaio (PT) agora também terá de enfrentar as colegas de parlamento Maysa Leão (Republicanos) e Michelly Alencar (União). Ambas prometeram denunciar a petista por quebra de decoro parlamentar ao demitir servidora grávida e de mentir para à Comissão de Ética sobre o tema. As declarações foram dadas na sessão de terça-feira (27). Edna nega acusações.
Os dois fatos podem complicar ainda mais a vida da petista, uma vez que dizer inverdades perante à Comissão é passível de sanções. De acordo com Maysa, a junção dos temas não irá atrapalhar os andamentos das investigações. ‘Se isso é trazido de forma correta dentro dos prazos, como um apenso jurídico, com a procuradoria respaldando não vai atrapalhar. São dois recortes muito específicos. Houve apropriação de verba indenizatória? Sim ou não? Por outro lado, a demissão de uma gestante pelo gabinete da vereadora Edna é de responsabilidade da vereadora? Sim ou não?’, questionou.
Já sobre a questão de mentir durante encontro com a comissão de ética, Maysa disse que o argumento pode ser objeto de um novo pedido à Comissão Processante. ‘Penso que nós temos um terceiro objeto [contra Edna]. Precisamos provar, pois essa foi uma reunião que ela não foi gravada inteira. A gente tem testemunhas oculares que estavam na sala, então aí sim nós temos outro objeto que cabe investigação’, revelou.
Por sua vez, Alencar disse que ficou impactada com as declarações da ex-chefe de gabinete de Edna, Laura Natasha Oliveira. Para Michelly, o pedido de afastamento da vereadora da Comissão de Direitos das Mulheres foi o mínimo e comparou o caso ao do deputado Gilberto Cattani (PL) - que foi destituído pelo presidente Eduardo Botelho da Comissão Permanente de Direitos Humanos, Defesa da Mulher, Cidadania e Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso.
‘No caso da Câmara, temos muito mais que a fala [como a de Cattani], temos a exoneração de uma gestante em seu momento de vulnerabilidade e contra sua vontade’, argumentou. O presidente da Comissão de Ética, Rodrigo de Sá (Cidadania), disse que o fato novo é grave e precisa ser analisado com cuidado. ‘A gente sugeriria que toda palavra agora fosse tomada com muito zelo e cuidado. A vereadora Edna disse [uma versão], mas o depoimento da Laura diz ao contrário’, completou.
Questionada sobre o tema, Edna disse que Michelly está extrapolando sua competência. ‘A vereadora Michelly pensa que a Comissão de Direito das Mulheres é igual a de Ética, mas não é. Não há relação de hierarquia. E eu não menti sobre a demissão da Laura. Nós fizemos um acordo, pois o cargo é de livre nomeação. Então o fato dela estar grávida, lhe garantiu indenizações que não seriam possíveis caso não estivesse’, contrapôs.