O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) classificou como uma "forçação de barra" a votação do projeto de lei de autoria do Governo do Estado chamado de “Transporte Zero”, que visa proibir a pesca e o transporte do pescado por cinco anos em Mato Grosso.
A mensagem foi aprovada em primeira votação pela Assembleia Legislativa na última sexta-feira (2), mesmo sob protestos de grupos de pescadores e ribeirinhos que ocuparam as galerias do Legislativo Estadual.
Não pode querer votar um projeto dessa magnitude em 24 ou 48 horas, chegou o cúmulo de convocarem sessão extraordinária sexta-feira pela manhã. Isso nunca ocorreu nessa casa. Grande número de deputados estavam ausentes. Então, houve um pouco de forçação de barra e com isso vamos ter que segurar”, criticou o experiente parlamentar que já ocupou cargos de deputado federal, senador, governador de Mato Grosso e prefeito de Várzea Grande.
Campos afirmou que o colega de parlamento e maior opositor do projeto, Wilson Santos (PSD), pediu ajuda e ele, para que a Comissão de Constituição e Justiça e Redação, presidida por Júlio, possa analisar a proposta com calma.
“O deputado Wilson Santos compareceu à Comissão de Constituição e Justiça e Redação e fez um apelo dramático para que a nossa comissão que vai estudar agora profundamente a constitucionalidade ou não desse projeto. A nossa equipe já está debruçada nisso. Reafirmo aos pescadores de Mato Grosso que por parte de Júlio Campos e da nossa comissão esse projeto vai ser estudado muito apuradamente”, esclareceu.
Segundo ele, não deveria haver pressa para aprovar a mensagem no Legislativo Estadual. “Não há pressa. Esse projeto, se for implantado, vai ser a partir de 2024. Então, nós estamos em junho de 2023, temos sete meses pela frente pra aprovar esse projeto”, pontuou o deputado.
Por fim, o parlamentar ainda teceu duras críticas à presidente interina da Casa de Leis, Janaina Riva (MDB), por ter aprovado o projeto, segundo Júlio Campos, na calada da noite.
A deputada Janaina cometeu um erro em receber o projeto pela manhã e não comunicar a nós da Comissão de Justiça a chegada desse projeto. Eu disse a ela que não gostei da maneira como foi feita, na calada da noite, foi um erro grave. Nesta casa, tudo tem que ser analisada com calma. Na calada da noite, com assinaturas governistas esse projeto não vai passar ”, criticou.
