VALE DO RIO CUIABÁ

Lixo urbano da Região Metropolitana ode virar energia elétrica para 85 mil residências

Redação: Baixada Cuiabana News | 25/02/2022 - 10:21
Lixo urbano da Região Metropolitana ode virar energia elétrica para 85 mil residências

A região metropolitana do Vale do Rio Cuiabá, no Estado do Mato Grosso, aparece com destaque em um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN) sobre as regiões com maior potencial de geração de energia a partir do lixo urbano.

De acordo com um estudo apresentado ontem (22) pelo presidente da entidade, Yuri Schmitke, durante o webinar “Potencial energético na Bacia do Alto Paraguai”, a região tem a possibilidade de receber uma Usina de Recuperação Energética (URE) de 23 MW de potência instalada, totalizando uma produção de energia na ordem de 181 mil MWh/ano, o suficiente para suprir o consumo de 85 mil residências.

A iniciativa, que envolveria investimentos de cerca de R$ 815 milhões, pode gerar 1,3 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Além disso, estima-se uma arrecadação de R$ 1,1 bilhão em tributos durante o período de operação da usina, estimado em 40 anos. 

Segundo Yuri Schmitke, “esse tipo de empreendimento, que oferece diversos benefícios ambientais, também é considerado mundialmente a solução mais adequada para resolver o problema dos resíduos sólidos urbanos”.

Com pouco mais de 1 milhão de habitantes, a região metropolitana do Vale do Rio Cuiabá produz mais de 934 toneladas de lixo por dia, que somam 341 mil toneladas por ano. 

Uma Usina de Recuperação Energética (URE) pode ser viabilizada por meio de um consórcio entre as cidades de Acorizal, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio de Leverger e Várzea Grande, como prevê novo Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020).

Durante a vida útil da usina, a cidade pode evitar a emissão de 18,4 milhões de toneladas de CO2, além de recuperar 356 mil toneladas de metais ferrosos e não ferrosos, sendo que a maior parte das cinzas podem ser reaproveitáveis pela construção civil e pavimentação. 

Além disso, o tratamento adequado do lixo evitaria gastos da ordem de R$ 420 milhões para a saúde pública, relacionados a doenças causadas pela exposição dos cidadãos a condições insalubres de lixões, além de mitigar os gastos com danos ambientais provenientes do armazenamento inadequado de resíduos, estimados em R$ 600 milhões”, destacou Schmitke durante o webinar.

O projeto de uma URE colabora ainda com a economia circular, pois auxilia na gestão mais eficiente dos recursos naturais existentes e otimiza o ciclo de reciclagem, contribuindo também com os coletores de materiais recicláveis.

  

Fonte: Olhardireto