A Covid-19 já matou mais de cinco mil pessoas em Mato Grosso. No Brasil, mais de 230 mil pessoas sucumbiram à pandemia. As UTIs continuam abarrotadas de gente. Sonhos e mais sonhos continuam sendo interrompidos a cada momento.

Essa é a realidade vivida. É o dia-a-dia.

Há, porém, uma casta de brasileiros que continua negando tudo isso. Ou, pelo menos, não se importando com nada disso. Os festões clandestinos, bares lotados e as aglomerações para comemorar qualquer coisa relacionada à futebol estão aí à prova.

Mas como se não bastasse tudo isso, algumas denominações religiosas também ignoram a pandemia e embarcam na onda das aglomerações.

A última notícia neste sentido vem da igreja Assembleia de Deus.

Mesmo depois de ter perdido para a Covid-19 vários pastores, entre eles seu principal líder, Sebastião Rodrigues de Souza, a igreja está anunciando para os próximos 19 a 23 de abril a realização, em Cuiabá, da Convenção Geral das Assembleias de Deus do Brasil.

O evento deve atrair à capital cerca de 15 mil pessoas.

Isso mesmo! 15 mil! Uma fonte informa que hoje já são mais de sete mil o número de inscritos.

A programação traz reuniões de pastores e evangelistas, além de encontros de esposas, filhos e juventude. Além disso, completa o programa "cultos festivos com toda a igreja, abertos ao público".

Membros da própria igreja Assembleia de Deus dizem estar indignados com a realização.

Já perdemos muitos pastores, mas o povo não aprende. Muita gente na igreja é contra esse tipo de situação", informa um assembleiano, que por receio de retaliação prefere não se identificar.

Seja como for, prefeitura, governo ou mesmo o Ministério Público precisam intervir.

Ainda que medidas de biossegurança sejam tomadas no evento, é inadmissível que segmentos que deveriam zelar pela vida continuam remando contra.