
A Comissão Processante Câmara de Vereadores de Santo Antonio de Leverger retoma nesta segunda-feira (29), os depoimentos das testemunhas de defesa do prefeito Valdir Castro Filho, o Valzinho (PSD) e de uma testemunha de acusação, nas investigações de denúncias, em que o prefeito é acuado de cobrar 5% de propina da empresa RS Engenharia LTDA, nas obras de reformas das escolas do município.
Conforme o presidente da Comissão Processante, Adelmar Gallio (PROS) os depoimentos serão por meio de salas abertas, durante videoconferência para as testemunhas, o setor jurídico do legislativo e demais vereadores, que farão questionamentos por intermédio da presidência da comissão. “Vamos trabalhar com a maior lisura e transparência no sentido de esclarecermos para a sociedade de levergense se houve ou não extorsão por parte do prefeito”, disse o vereador.
Em abril deste ano, o prefeito teve suas contas de 2018 reprovadas pelos vereadores que seguiram recomendações do TCE para a rejeição. Além disso, o prefeito que não pode disputar as eleições deste ano, não poderá ocupar cargos públicos federal, estadual e municipal e ficou inelegível a partir de 2021 até as eleições de 2028.
Com dificuldade de relacionamento com os vereadores, Valdirzinho ainda mantém uma base de cinco parlamentares a seu favor de um total de 11 vereadores municipais. Dessa forma o prefeito tem resistido no cargo ganhando e protelando as respostas de diversos ofícios do legislativo que o questionam sobre a transparência da aplicação dos recursos públicos.
A Comissão Processante é formada pelos vereadores Hugo Padilha (relator) e Mauro Amorim (membro titular). O prefeito conta com o apoio dos vereadores Miguel José dos Santos, Fábio Teixeira, José Manoel, Amilton Silva, Rômulo Queiroz.
O dono da RS Engenharia que é autor das denúncias, também vai depor na comissão.
Ao avaliar a postura do prefeito de se recusar a informar o legislativo sobre os gastos dos recursos financeiros do município, Adelmar Gallio disse que o Executivo prejudica o desenvolvimento da cidade e trava o legislativo. “Para tudo, ele alega a pandemia, mas antes nunca foi transparente e se aproveita da morosidade e dos trâmites burocráticos para não responder os ofícios do legislativo”, afirmou Adelmar.
Segundo o vereador, em 2018 e 2019, houve uma “farra” com o dinheiro público para a reforma das secretarias municipais com valores acima de R$ 50 mil. “A Câmara pediu informações sobre os valores gastos, mas não veio resposta, nem uma nota fiscal. Sempre prorrogando os prazos”, ressaltou.
Recentemente, os vereadores barraram pedido de credito suplementar para a prefeitura dos recursos da Covid-19 no valor de R$ 240 mil que o prefeito. “O prefeito não enviou um projeto, um plano de ação que pudesse justificar o pedido”, alegou o vereador ao confirmar a rejeição do legislativo ao pedido do prefeito.
Dos recursos da verba emergencial do governo federal para os municípios de Mato Grosso, Leverger tem direito a R$ 4,5 milhões. No entanto, R$ 1,100 milhão foi encaminhado para conta da prefeitura e poderia ser utilizado sem a exigência de licitações. Entretanto, o TCE tem cobrado que os legislativos passem a pedir relatórios dos gastos com a saúde neste período da pandemia da Covid-19. “Até o presente momento não temos qualquer tipo de informações sobre os recursos da pandemia. Infelizmente, o dinheiro não é devolvido e fazem o que querem. Tá havendo abusos em todo o país”, disse o vereador