
Cerca de 141 famílias foram despejadas dos residenciais Guatós I e II em Poconé (a 104 km de Cuiabá), na manhã de hoje (5).
De acordo com a ex-prefeita Meire Adauto, algumas das pessoas que não possuem condições financeiras para tirar os móveis do local e ir para outras casas estão sendo levados para um ginásio de esportes da cidade.
Ela detalha que o despejo teria sido solicitado à Caixa Econômica, que financiou a construção dos imóveis por meio do programa de habitação Minha Casa Minha Vida, em 2014, pela prefeitura.
A Polícia Federal esteve no local para auxiliar na retira das famílias. Imagens registradas por pessoas que acompanhavam o despejo mostram camas, geladeiras, armários e outros móveis em frente às casas do residencial. Segundo Meire, as famílias começaram a ocupar, de forma irregular, as casas em junho deste ano.
Algumas dessas famílias ficaram revoltadas porque na troca de gestão foram excluídos da lista de contemplados e decidiram invadir. Mas junto deles existem pessoas que, apesar de não terem sido selecionados, não têm onde morar", defende.
A ex-prefeita explica que as obras do residencial começaram em 2014, mas foram interrompidas por várias intercorrências. A construtora Lumen, responsável pelo empreendimento, chegou a decretar falência durante o período. Ocasião em que cerca de 200 famílias acabaram ocupando as casas. No total, os residenciais I e II somam 200 casas.
De acordo com ela, o total de residências não é suficiente para resolver o déficit de moradia. O tentou entrar em contato com a Prefeitura de Poconé mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
A ex-prefeita ressaltou que tal desapropriação não poderia estar acontecendo, já que as famílias que estão no local, muitas em situação de vulnerabilidade, formadas por crianças e idosos, não possuem outros lugares para morar.