POLÊMICA

Se cota zero não for aprovada na AL, será decretada pela natureza, diz empresário

Redação: Notícias da Baixada | 11/11/2019 - 12:10
Se cota zero não for aprovada na AL, será decretada pela natureza, diz empresário

As pousadas da região do Pantanal defendem o projeto de lei que visa estabelecer a cota zero para o transporte de peixes nativos nos rios mato-grossenses pelos próximos cinco anos.

O PL 668/2019, que tramita na Assembleia, e tem despertado manifestações contrárias de diversos setores, é uma proposta do governador Mauro Mendes (DEM) para tentar repovoar os rios. Tarso Lopes é dono de uma pousada e presidente da Federação de Pesca Esportiva e Turismo Sustentável do Estado.

Ele defende a aprovação da Cota Zero O empresário Tarso Lopes, dono de uma pousada e presidente da Federação de Pesca Esportiva e Turismo Sustentável do Estado, avalia que a economia no Pantanal está em risco se a Cota Zero não for implementada.

“A federação defende este momento de preservação. Nós sentimos a diminuição sensível do pescado. Mato Grosso é o local mais procurado do Brasil para pesca esportiva. A gente entende que a diminuição do pescado vai diminuir o turismo. Isso vem acontecendo nos últimos dois anos de forma bem acentuada. Esse tempo de cinco anos será suficiente para restabelecer o estoque de peixes no Estado e com isso a volta do turismo, que é o responsável por movimentar toda essa região”.

Tarso relata que as famílias que moram no Pantanal dependem quase que exclusivamente do turismo, o que contrapõe a ideia de que os ribeirinhos têm na pesca fonte principal de subsistência.

Posso afirmar que pelo menos 95% das pessoas que moram na minha região dependem dos turistas para viver”.

“Esse tempo de cinco anos será suficiente para restabelecer o estoque de peixes no Estado”Tarso Lopes Quanto à necessidade de instituição da Cota Zero, Tarso aponta que, se o projeto não for aprovado com urgência, a situação nos rios será caótica. “Da forma que está, em menos de quatro anos a cota zero está decretada pela própria natureza. O que a gente está tentando fazer é colocar um remédio aí. Ninguém vai ficar proibido de pescar, o que vai alterar é o transporte do peixe, que não vai poder ser comercializado. Nós acreditamos que a repovoamento do rio jamais vai prejudicar. Quanto mais peixe tiver, mais demanda vai ter”.

O projeto apresentado em junho deste ano já foi discutido em diversas audiências públicas promovidas pela Assembleia. A proposta já recebeu dois substitutivos apresentados pelo deputado Elizeu Nascimento (DC), que propõe a retirada do prazo de cinco anos para a Cota Zero em relação à pesca amadora e cria margem para que o período de defeso seja estabelecido conforme recomendação do Conselho Estadual da Pesca (Cepesca).

Seminário

A Federação de Pesca Esportiva e Turismo Sustentável é uma organização criada há menos de um ano, mas já reúne 35 pousadas associadas. Na terça (12), a Federação irá organizar o primeiro seminário de Pesca Esportiva em Mato Grosso, onde deverá debater sobre o fomento e as práticas desta modalidade. Por ano, o Federação estima que o Estado é o destino de 200 mil pescadores esportivos vindo de diversas regiões do Brasil e do mundo, que visitam, principalmente, o Pantanal e a região Norte de Mato Grosso.

Fonte: RDnews