ARTIGO

Dia de Finados, dia de saudade

Redação: Ines Martins | 02/11/2011 - 00:00
 Dia de Finados, dia de saudade

 Não importa a crença, cada um tem a sua, mas hoje é um dia que nos convida a pensarmos com mais carinho e saudades naqueles que já se foram. Também abre espaço para pensarmos melhor no que realmente vale a pena nessa vida. Muitas vezes nos aborrecemos por tão pouco e quando o tempo passa até rimos dessas fraquezas.

Outras vezes a vaidade toma posse dos nossos sentimentos que até nos faze esquecermos o quanto somos vulneráveis e que estamos por aqui com uma bula, que nos esquecemos de ler, as indicações e as contra indicações. Nem sequer enxergamos nosso prazo de validade e outras, chegamos a pensar que somos imortais. (risos). Hoje, aproveitei também para pesquisar mais a fundo a origem dessa comemoração para entendermos melhor essa data, que, na realidade, está guardada mesmo é no coração de cada um que já perdeu alguém muito querido. Assim, qualquer tempo é tempo para uma reflexão mais profunda e para sentir a dor da “saudade”.

“O dia de Finados só começou a existir a partir do ano 998 d. C. Foi introduzido por Santo Odilon, ou Odílio, abade do mosteiro beneditino de Cluny, na França. Ele determinou que os monges rezassem por todos os mortos, conhecidos e desconhecidos, religiosos ou leigos, de todos os lugares e de todos os tempos. Quatro séculos depois, o Papa, em Roma, na Itália, adotou o 2 de novembro como o Dia de Finados, ou Dia dos Mortos, para a Igreja Católica.

O costume de rezar pelos mortos nesse dia foi trazido para o Brasil pelos portugueses. As igrejas e os cemitérios são visitados, os túmulos são decorados com flores e milhares de velas são acesas. Nada de errado existe quando, movidos pelas saudades dos parentes ou pessoas conhecidas falecidas, se faz nesse dia visita os cemitérios e até mesmo se enfeitam os túmulos de pessoas saudosas e caras para nós. Entretanto, proceder como faz a maioria, rezando pelos mortos e acendendo velas em favor das almas dos que partiram, tal prática não encontra apoio bíblico.

Porque segundo a doutrina católica, os mortos, na sua maioria estão no purgatório e para sair mais depressa desse lugar, pensam que estão agindo corretamente mandando fazer missas, rezas e acender velas. Crêem os católicos que quando a pessoa morre, sua alma comparece diante do arcanjo São Miguel, que pesa em sua balança as virtudes e os pecados feitos em vida pela pessoa. Quando a pessoa não praticou más ações, seu espírito vai imediatamente para o céu, onde não há dor, apenas paz e amor. Quando as más ações que a pessoa cometeu são erros pequenos, a alma vai se purificar no purgatório. (Fui educada a crer nessa balança).

No entanto, a Bíblia fala apenas de dois lugares: céu e inferno. Jesus ensinou a existência de apenas dois lugares. Os espíritas crêem na reencarnação. Reencarnam repetidamente até se tornarem espíritos puros. Não crêem na ressurreição dos mortos. Os hinduístas crêem na transmigração das almas, que é a mesma doutrina da reencarnação. Só que os ensinam que o ser humano pode regredir noutra existência e assim voltar a este mundo como um animal ou até mesmo como um inseto: carrapato, piolho, barata, como um tigre, como uma cobra, etc.
Os budistas crêem no Nirvana, que é um tipo de aniquilamento.

As testemunhas de Jeová crêem no aniquilamento. Morreu a pessoa, está aniquilada. Simplesmente deixou de existir. Existem três classes de pessoas: os ímpios, os injustos e os justos. No caso dos ímpios, não ressuscitam mais. Os injustos são todos os que morreram desde Adão. Irão ressuscitar 20 bilhões de mortos para terem uma nova chance de salvação durante o milênio. Se passarem pela última prova, poderão viver para sempre na terra. Dentre os justos, duas classes: os ungidos que irão para o céu, 144 mil. Os demais viverão para sempre na terra se passarem pela última prova depois de mil anos. Caso não passem, serão aniquilados. Os adventistas crêem no sono da alma. Morreu o homem, a alma ou o espírito, que para eles é apenas o ar que a pessoa respira, esse ar retorna à atmosfera. “A pessoa dorme na sepultura inconsciente.”

Pelo sim e pelo não, eu fico do lado do bem, pois entre penar no fogo do inferno eu desejo mais é curtir o verdadeiro paraíso. Aquele da missão cumprida...

Inês Martins é produtora cultura, escritora, autora do concurso literário "Casos Lembrados, Casos Contados", direcionado às pessoas com idade acima de 60, poetiza, palestrante da maturidade, vovó blogueira e escreve neste espaço toda quarta-feira (www.vovoantenada.com.br)

 

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