RAGNATELA

Justiça quebra sigilo de vereador em Cuiabá para apurar ligações com CV

Marcus Brito foi citado em diálogos de alvos da PF

Redação: Baixadacuiabananews | 18/11/2024 - 08:19
Justiça quebra sigilo de vereador em Cuiabá para apurar ligações com CV

O vereador reeleito Marcus Brito (PV) teve o sigilo telefônico quebrado durante as investigações da Polícia Federal sobre a corrupção de agentes públicos de Cuiabá acusados de envolvimento na flexibilização de fiscalizações em casas noturnas ligadas a integrantes do Comando Vermelho.

A interceptação foi autorizada por 15 dias pelo juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra.

Visando averiguar os fatos denunciados, foram realizadas diligências para angariar informações, identificando-se os vereadores Paulo Henrique de Figueiredo e Marcus Antônio de Souza Brito Junior, eleitos para a 20ª legislatura (período 01/01/2021 a 31/12/2024), no município de Cuiabá. De toda forma, necessário se faz aprofundar as investigações com novos monitoramentos, incluindo telemáticos, dos indivíduos mencionados nesse Relatório Técnico de Interceptação Telefônica”, consta na decisão judicial.

De acordo com o inquérito, a medida foi tomada após o nome de Brito surgir repetidas vezes em diálogos entre os ex-funcionários da Câmara de Cuiabá, Rodrigo Leal e Jardel Pires, ambos réus na primeira fase da Operação Ragnatela. Em conversas, a dupla discutia a necessidade de apoio para evitar que o Ministério Público Estadual (MPE) suspendesse o evento Baile da Carreta Treme-Treme.

Segundo a investigação, Jardel tentou obter a ajuda dos vereadores Marcus Brito e Paulo Henrique para inluenciar em decisões favoráveis ao grupo. No entanto, neste caso específico, a fiscalização ocorreu, frustrando Jardel e Paulo Henrique, pois foi realizada por agentes que não faziam parte do esquema.

A polícia chegou ao esquema por meio de uma denúncia anônima que apontava que um dos líderes do Comando Vermelho, conhecido como “Jogador”, com o auxílio de seu associado “Willian Gordão”, estaria lavando dinheiro para a facção. O plano de lavagem envolvia shows de funk em casas noturnas que, sob ameaça de fiscalização pela Secretaria do Meio Ambiente,se viam obrigadas a cooperar para evitar a interdição.

A investigação aponta que Marcus Brito e Paulo Henrique, em troca de propina, usariam sua influência para que fiscais municipais realizassem essas ações de interdição. 

Fonte: Folhamax