EM SANTO ANTÔNIO DE LEVERGER

Duas obras de PCHs em andamento podem ser beneficiadas com projeto aprovado na AL

O novo texto foi aprovado pelos deputados estaduais no começo de julho, mas ainda não foi sancionado pelo governador

Redação: Baixada Cuiabana News | 25/07/2022 - 10:42
Duas obras de PCHs em andamento podem ser beneficiadas com projeto aprovado na AL

Cinco Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) dentro da Bacia do Alto Paraguai (BAP) podem ser beneficiados pelo projeto de lei nº 561/2022, aprovado pela Assembleia Legislativa no começo de julho. O governador Mauro Mendes (União Brasil) ainda não sancionou o projeto.

O texto articulado pelo deputado estadual Carlos Avalone (PSDB) proíbe PCHs de forma expressa na "planície alagável" da bacia. Contudo, o texto abre interpretação para que outras áreas dentro da bacia, mas que estejam fora da planície possam receber as hidrelétricas. É o caso de cinco PCHs que estão ou em fase projeto ou com a construção iniciada.

Ainda com a construção não iniciadas estão as PCHs Estivadinho 3, em Reserva do Cabaçal; Juba IV, em Tangará da Serra; e Jubinha III, que fica entre Barra do Bugres e Tangará. Outras duas que têm obras em andamento também podem ser beneficiadas com a interpretação: as PCHs Mantovilis e Mutum I, ambas em Santo Antônio do Leverger.

A Mantovilis chegou a ser acionada em uma ação civil pública pelos Ministérios Públicos Estadual e Federal, que pediam a suspensão do licenciamento ambiental por falta de estudos com relação aos impactos ao meio ambiente e comunidades tradicionais, em especial indígenas Boe Bororo, na região. A ação segue tramitando.

Algumas dessas PCHs têm conexões econômicas e familiares entre si.

A PCH Estivadinho 3 é empreendimento da empresa PCH Jauru S/A, e tem atualmente como sócios Drauzio Antonio Medeiros e Ralph Rueda. O projeto básico, porém, foi apresentado pela Pan Partners Administração Patrimonial S/A, mesma empresa que também atua na PCH Mantovilis, ligada empresários da família Maluf.

 As cinco PCHs ficam nas bordas da Bacia do Alto Paraguai, no Pantanal, e podem ser beneficiadas

A Pan Partners foi acionada na ação contra a Mantovilis que tramita na Justiça Federal. O comprovante do cadastro da PCH Jauru S/A de 2017 na Receita Federal também continha um e-mail de contato da Construtora São Benedito, outra empresa da família Maluf.

A Estivadinho 3 também teve problemas apontados em seu projeto, aprovado pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema) em 2021. À época, o Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Formad) apontou possíveis irregularidades na licença prévia da usina no rio Jauru. Entre os problemas estava a proximidade das Terras Indígenas Estivadinho e Figueiras.

As PCHs Juba IV e Jubinha III possuem ligações econômicas entre si por meio da Nova Juba Energética S/A, empresa que controla os dois projetos e é subsidiária do Grupo Brennand Energia, da família de mesmo sobrenome, com sede em Recife (PE).

Já a PCH Mutum I é de responsabilidade da Arcezzil Geração de Energia Elétrica Ltda, que tem o empresário Clairto Luiz Zonta entre seus sócios. A família Zonta é outra que atua no ramo de energia em Mato Grosso.

De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Estivadinho 3 tem a maior potência outorgada das cinco, em 9,9 mil kW. A de menor potencial energético é a Mutum I, com 4 mil kW. A Juba IV pode gerar 7,4 mil kW, a Mantovilis 5,2 mil kW e a Jubinha III, 4,08 mil kW. 

    

Fonte: Midiajur