O Ministério Público Estadual investiga as construtoras Agricom e Ecomind Engenharia pela suspeita de causar danos ambientais nas baías de Chacororé e Siá Mariana, na região de Barão de Melgaço.
A informação consta no aditamento a um inquérito civil publicado na segunda-feira (18). A investigação iniciou após denúncia de um proprietário rural da região, que está sofrendo com a degradação do local.
O documento aponta que o MPE identificou que a pavimentação da MT-040, feita pelas duas empresas, teria provocado danos em áreas de preservação permanente (APP), morte de espécies de árvores nativas e formação de processos erosivos na região do Pantanal.
Por conta da morte de diversas árvores, a visita técnica identificou que um dos canais que liga o Rio Cuiabá à baía de Chacororé estava bastante assoreado, sem condições de navegabilidade.
Além disso, as estruturas de drenagens instaladas no trecho dos distritos de Porto de Fora e Mimoso não são suficientes para atender as necessidades hidrológicas do bioma.
A instalação de canais de drenagem nas proximidades da Fazenda São Francisco de Assis, segundo o MPE, contribuíram para a alteração do sistema hídrico, que é fundamental para a regulação do fluxo e da limpidez dos rios e base de cadeias alimentares.
Seca severa
Por conta da destruição de corixos, canais que levavam água para as baías de Chacororé e Siá Mariana, e construção da estrada, o local enfrenta a maior seca já vista nos últimos 10 anos.
O local, que antes era possível navegar mesmo em períodos de estiagem, se transformou em um pasto.
É comum haver períodos de baixa na região entre os meses de maio e outubro, por conta da escassez de chuvas. A partir de outubro, a frequência de precipitação é maior, fazendo com que os rios ganhem volume. No caso da baía, a água não está chegando até o final.


