
O empresário Guilherme Arruda, proprietário de uma pousada na Transpantaneira, zona rural de Poconé (a 104 km de Cuiabá), registrou BO por pesca ilegal em pleno período de piracema, em uma área de conservação ambiental, que está em sua propriedade. Informa que a prática é recorrente todo ano e denuncia a inércia dos trabalhos da fiscalização ambiental em combater o crime.
Ninguém foi preso até o momento.
Segundo o boletim de ocorrência, ele encontrou apetrechos e tambores em sua propriedade ocultados por um matagal. Mato Grosso também está em período de piracema e, por isso, a pesca é tida como ilegal.
Mas, neste caso, conforme a denúncia do empresário, criminosos ignoram a proibição, rompem a cerca, destroem a propriedade e chegam a matar alguns animais criados para corte. O empresário encontrou três tambores plásticos azuis, com capacidade de 220 litros, que eram utilizados para armazenar iscas para peixes.
Também encontrou outros três tambores brancos de 100 litros para transportar a isca, redes com armação de ferro e cesto do tipo coador para retirá-las de dentro do rio. O órgão policial ainda continua a investigar o caso. Todo o material foi encontrado na beira do rio Bento Gomes e, se dizendo cansado pela inércia do Poder Público, Guilherme resolveu levá-lo, por conta própria, até a delegacia da Polícia Civil do município.
Antes disso, devolveu várias espécies de Tuvira, Mussum e outras ao rio, mas algumas já estavam mortas. Seriam usados para pescar peixes maiores, como Pintados e Cacharas.
Guilherme avaliou a situação como “vexatória” e se diz indignado com a Secretária de Estado de Meio Ambiente (Sema), que possui um ponto de fiscalização próximo a sua pousada.
A pessoa chega ao cúmulo de deixar a logomarca gravada nos seus apetrechos para a coleta do material. A retirada é terminantemente proibida na minha propriedade. É uma área de preservação ambiental e que o mundo inteiro passa por ali para visitação”, disse.
Multa por pescar em período de Piracema
A Piracema é o período em que a pesca é proibida para permitir a reprodução dos peixes. A medida abrange as três bacias hidrográficas - Paraguai, Amazonas e Araguaia-Tocantins.
Quem desrespeitar a legislação poderá ter o pescado e os equipamentos apreendidos, além de levar multa que varia de R$ 1 mil a R$ 100 mil, com acréscimo de R$ 20, por quilo de peixe encontrado. Neste período, as ações de fiscalização serão intensificadas com parceria entre fiscais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Batalhão da Polícia Militar e Proteção Ambiental (BPMPA), Juizado Volante Ambiental (Juvam), Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), Ibama e ICMBio.