LONGEVIDADE !

Aniversário de 94 anos de santoantoniense é destaque no D. de Cuiabá

Redação: | 00/00/0000 - 00:00
Aniversário de 94 anos de santoantoniense é destaque no D. de Cuiabá

“Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga...”, já dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade. E é provavelmente este amor incondicional um dos segredos que nutre e une uma grande família como a de Maria Izabel de Souza Teixeira, carinhosamente chamada de dona Fia. Mãe de 14 filhos (oito vivos), 37 netos, 41 bisnetos e quatro trinetos (três ainda estão por nascer), dona Fia figura como exemplo de vida repassado de geração em geração.

Residente em Santo Antônio de Leverger, município pantaneiro localizado a 35 quilômetros de Cuiabá, dona Fia completou 94 anos no último dia 15. Todos os anos é realizada uma festa para comemorar o aniversário da matriarca. Mas neste, em decorrência do falecimento de uma irmã e de uma sobrinha, a data especial foi celebrada com um almoço e que novamente reuniu as cinco gerações da família.

“Somos bastante unidos. Estamos presentes nos momentos bons e ruins, não é só quando tem aniversário”, fala dona Fia com a segurança de quem representa a união e o respeito entre os seus descendentes.

Um convívio familiar que se pode considerar como um privilégio já que entre pessoas de épocas distintas e pensamentos diferentes não é difícil acontecer os conflitos.

Mas a senhora de sorriso cândido comprova para os seus que mesmo com as diferenças de idade é possível conviver em harmonia. “Minha avó é muito querida, é o centro da nossa família”, afirma Jonise Teixeira, 35 anos. “Todos nós temos um enorme carinho por ela e não temos diferenças, todos se conhecem e não há brigas”, acrescenta.

Como matriarca, a história de dona Fia começou aos 15 anos, quando se casou com Osvaldo Teixeira, já falecido. “Eu sou do dia 15 de maio de 1917. Nasci no Bocaina do Morrinho (comunidade de Santo Antônio) e casei com 15 anos”, relata a trisavó.

Do alto de sua longevidade, ela conta que morou na área da antiga usina de açúcar Conceição, onde também trabalhou seu marido. “Meus filhos nasceram de parteira, lá na usina. Péricles Cardoso, filho do dono (da fábrica), era muito amigo do meu marido”, lembra.

A matriarca lembra que a vida não era fácil, mas, mesmo diante de tantas dificuldades ou mesmo poucos estudos (ela estudou apenas o primeiro ano), conseguiu criar e educar os filhos. Depois, os netos. “Eles são minha vida”.

Para se ter ideia de como dona Fia influencia a família é que grande parte dos membros da família é formada em Letras ou Pedagogia. “Eu queria ser professora. Tenho filhos e netos que são educadores. Acho uma classe bonita, importante, que ensina as crianças, mas hoje não é mais como antigamente”, comenta.

Sua filha Odete Maria Teixeira, 59 anos, é uma das que seguiu a opinião da mãe profissionalmente. Ela reconhece que não era a carreira que queria seguir, mas preferiu não contrariar a mãe. “Todos nós a respeitamos muito”, argumenta.

Ela relembra também que era pelo olhar de consentimento ou reprovação que os pais costumavam dizer o que queriam ou esperavam dos filhos. “Não era preciso palavras, tampouco gritos”, disse.

Conforme Odete, a admiração de todos os membros da família pela matriarca é tão expressiva que as crianças quando nascem são primeiramente levadas para a matriarca para receber a benção e tirar fotos nos braços dela. “Todos nós tomamos benção e fazemos questão que a primeira foto dos bebês seja com ela”, garante.

Mesmo após nove décadas, dona Fia conserva o semblante e a singeleza de mulher dedicada à família, apesar das debilidades próprias do tempo e da idade. Por causa da catarata, ela perdeu a visão. Mas, em cada um dos seus anos traz a maturidade, a experiência, dedicação e os sacrifícios de uma vida, que só uma forte e grande mulher sabe enfrentar.

Veja mais fotos da Festa do Aniversário.

 

Fonte: Diário de Cuiabá com Foto do Álbum de Família