BACIA PANTANEIRA

FRAGATA DA MARINHA ATRACA EM LEVERGER

Redação: Redação | 11/04/2010 - 00:00
FRAGATA DA MARINHA ATRACA EM LEVERGER

De bicicleta, a pé ou de canoa. É assim que os moradores ribeirinhos se aproximam do navio-hospital da Marinha do Brasil quando ele atraca às margens do rio Cuiabá para prestar, gratuitamente, atendimento médico e odontológico. Com médicos, dentistas, enfermeiros e demais tripulantes, o navio de Assistência Hospitalar (Nash) Tenente Maximiano está atracado em Santo Antônio de Leverger. Nesta segunda-feira, a embarcação segue rio abaixo em direção às comunidades de Porto Brandão e Cuiabá Mirim, próximas a Barão de Melgaço.

Pelo segundo ano consecutivo, Mato Grosso fez parte do roteiro da Marinha do Brasil para receber o navio-hospital. Comunidades pantaneiras da região de Barão de Melgaço e de Santo Antônio de Leverger, que chegam a ficar anos sem atendimento médico ou odontológico, são as principais beneficiadas com a ação. Por onde passam, os tripulantes do navio doam roupas, calçados e brinquedos à população carente.

Segundo o comandante da missão, capitão-tenente Victor Henrique Evangelista Prieto, o navio leva saúde e qualidade de vida aos ribeirinhos da região do Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. “Cada integrante do navio se doa em prol do próximo, pois muitos ribeirinhos só têm acesso à saúde quando o navio chega à sua comunidade. Levamos mais do que vida, levamos esperança para essa gente”, declara o comandante.

Em Mato Grosso, o navio já realizou 615 procedimentos odontológicos, 124 procedimentos de enfermagem e 203 consultas médicas. “Em muitos lugares, a população nunca teve acesso a um consultório odontológico. Atendi um rapaz, de 18 anos, que precisava extrair todos os dentes”, relata a dentista Laura Helena Matos, que, pela quarta vez, participa como voluntária da ação humanitária. Nesta missão, a jovem dentista, de 26 anos, ficará 32 dias a bordo do navio.

Mas nem todos estão acostumados com atendimentos às comunidades ribeirinhas. O médico Jaison Benites, de 27 anos, acabou de terminar a faculdade de medicina e está cumprindo o serviço obrigatório na Marinha. “Esse tipo de trabalho é uma experiência para a vida. Percebo que os ribeirinhos são muito carentes, eles não têm acesso a nada. Assistência médica não existe em muitos locais que passamos”, revela.

Em Santo Antonio de Leverger, o estudante Marcelo Augusto Favim, de 12 anos, não perdeu tempo quando viu o navio atracar em sua cidade. “Fui ao dentista quando eu tinha 10 anos. Gostei muito da visita do navio”, disse o menino, que saiu sorridente do consultório odontológico do navio.

A embarcação não chama só atenção de quem precisa de algum atendimento. Curiosos de todas as partes aparecem para conhecer a estrutura do navio-hospital. “Estava passando e vi o navio atracado, então resolvi conhecer. Achei muito boa a ação desses profissionais em ajudar quem precisa”, destaca a funcionária pública Selma Maria de Arruda, que mora em Cuiabá.

NAVIO – O navio Tenente Maximiano é o primeiro da classe destinado a realizar somente assistência hospitalar à população ribeirinha na bacia do rio Paraguai. Incorporado, no ano passado, ao 6º Distrito Naval da Marinha do Brasil, em Ladário, é a segunda vez que o navio vem a Mato Grosso para missão humanitária.

A embarcação é composta de cabines para o comandante e subcomandante, refeitório, dormitórios, enfermaria e consultórios médico e odontológico. “É muito gratificante participar dessa missão. O navio chega a muitos lugares onde o rio é o único meio de acesso”, declara o médico responsável pelo navio, Robister Moreno de Oliveira Maccornick.
 

Fonte: Diário de Cuiabá - Andréia Cruz