
Uma equipe da Polícia Federal de Rondonópolis (212 km ao Sul de Cuiabá) localizou avião Cessna modelo 206 C, do narcotráfico, pousado em uma fazenda do Pantanal e prendeu seu piloto, um boliviano de 51 anos.
O avião havia feito a entrega dos 460 kg de cocaína apreendidos na zona rural de Caiapônia (GO), no último dia 22, sendo que, logo após a entrega, havia sido perseguido pela Força Aérea Brasileira. Para fugir, o piloto executou um pouso numa clareira localizada numa área inóspita, no início do Pantanal Mato-grossense, entre os municípios de Santo Antonio do Leverger e Itiquira.
Logo após o pouso, o piloto e um co-piloto, correram pela mata, abandonando o avião numa área onde uma nova decolagem não poderia ser feita.
Policiais federais, realizando uma busca na área, encontraram o boliviano em uma fazenda a mais de 40 km do local do pouso, bastante debilitado pelo tempo que passou perdido. O piloto disse que, inicialmente, seguiu na mata junto com o outro tripulante e que, após alguns quilômetros, ambos se separaram.
Segundo ele, quatro dias após o pouso, encontrou uma casa abandonada, aonde pernoitou, sendo encontrado depois por um fucionário de uma fazenda, que levou-o para a sede, onde foi encontrado. O
piloto recebeu US$ 4 mil (pouco menos de R$ 8 mil) para fazer o voo, desde o território boliviano até Goiás e, agora, está preso na cidade de Rondonópolis, com mandado expedido pela Justiça Federal de Goiás.
O avião foi encontrado a mais de 20 km de estrada, em local de difícil acesso. A clareira tinha terreno bastante irregular e o avião estava danificado, não sendo possível realizar a decolagem naquelas condições, segundo relatado pelos pilotos da FAB, que seguiam o monomotor.
Uma equipe policial permaneceu acampada na guarda do aparelho e outra, acompanhada de mecânico e piloto, deslocou-se três dias depois ao local. Após fazerem os reparos necessários no avião, retiraram quase todo o combustível, deixando apenas o necessário para um voo curto e abriram com facão e machado cerca de 15 a 20 metros a mais de clareira, que, segundo o piloto contratado, "seriam a conta" para a decolagem naquelas condições.
Após feitos todos os preparativos, o acampamento foi desmontado e a decolagem, apesar de bastante arriscada, foi executada com sucesso. O avião, cujo valor de mercado é de US$ 130 mil (cerca de R$ 250 mil), foi apreendido, periciado e está à disposição da Justiça Federal de Rio Verde (GO).