
A exposição do “Boi à Serra está Vivo” chegou ao Palácio Paiaguás nesta terça-feira (05.11). Depois do sucesso na Galeria de Artes da Secretaria de Estado de Cultura (SEC-MT), a figura lendária apresenta sua segunda etapa até o dia 19 de novembro, aberta a visitação gratuita, das 9h às 18h, de segunda a sexta-feira, no Salão Cultural da sede do Governo de Mato Grosso.
A mostra conta a história do boi que tem uma dança dedicada especialmente a ele, por meio das 20 estruturas que representam o “Boi à Serra”, além de 12 painéis fotográficos do fotógrafo Júlio Rocha, que fazem parte da ilustração do livro “Cururu e Siriri do Rio Abaixo”, elaborado por ele e a poetisa cuiabana Luciene Carvalho. A farra começa com o Bombo, o Surdo, a Caixa, o Tarol, o Chocalho e os instrumentos de Sopro, esses que tocam as marchinhas carnavalescas, e são tão antiga quanto a dança do Siriri.
Para montar a estrutura do tradicional “Boi” utilizam das varas de marmelo, mel de pomba e babaçu, cipó ou arame, pregos, carcaça de cabeça de boi, o chitão, lençol ou cobertor para a “farra” dos Chamadores do Boi (tocadores), do Toreador, o Mascarado, a Ema, o Cabeça de apá e a Mãe do Morro, figuras que acompanham o Boi-à-Serra.
[foto2]
Antigamente os instrumentos utilizados eram a Viola de Cocho, o Ganzá e o Mocho. Registrado no ano de 1900, pelo antropólogo Max Shimidt, numa passagem pelo município de Rosário Oeste (localizado a 111 quilômetros de Cuiabá). No entanto, segundo o diretor executivo da Mostra, Vital Siqueira, “os mais antigos dizem que a dança do Boi à Serra existe há mais de 300 anos. A história conta que surgiu com a revolução da cana de açúcar no ‘Rio Abaixo’ (da nascente do rio Cuiabá para o Pantanal mato-grossense). Em meio às atividades canavieiras em Santo Antônio de Leverger, Varginha, Carrapicho, Engenho Velho, Maravilha e Bom Sucesso, em Várzea Grande”.
A Dança do Boi à Serra
Acontece nos festejos do carnaval, mas tradicionalmente, começam a sair no dia 08 de Dezembro, dia da Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Cuiabá e protetora das águas, quando acontece o “Entrudo” (brincadeira cristã, onde todas pessoas são molhadas). O boi é encarregado de animar a brincadeira. Passada a festa, o boi sai toda noite até chegar o Carnaval.
Hoje, no município de Santo Antônio de Leverger, existem três grupos de Boi à Serra: o Boi Estrela, do Bairro Lixá, o Boi Lendário, do bairro Fronteira e o Boi Pantaneiro, do Bairro Nossa Senhora de Fátima. Ambos estão em exposição para mostrar que o Boi a Serra está vivo. A mostra é resultado de uma oficina, em Leverger, que envolveu 78 famílias e mais de 100 crianças e adolescentes, com o objetivo de fortalecer e difundir este seguimento da cultura popular.
[foto3]
Agedamento
O Palácio Paiaguás está localizado no Centro Político Administrativo (CPA). Mais informações e agendamento de visitas escolares ou grupos no telefone (65) 3613-4603 com Enio de Oliveira ou pelo e-mail enioleite@casacivil.mt.gov.br.